Norte-americanas tinham o direito de interromper as gestações há quase cinco décadas
A Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou o direito ao aborto nesta sexta-feira (24), em decisão que é um recuo sobre a posição do país nos últimos 49 anos. Por seis votos a três, uma lei do Mississippi, que proíbe o aborto após 15 semanas, foi considerada legal.
Em 1973, os juízes liberaram abortos antes de 24 semanas, já que o Congresso norte-americano não tinha nenhuma posição sobre o tema. A partir de agora, cada estado pode definir se autoriza ou não a interrupção das gestações.
A lei do Mississippi tinha sido considerada inconstitucional em outras instâncias da Justiça, com base na violação do precedente da Suprema Corte.
Entre 2018 e 2020, o número de abortos nos Estados Unidos subiu 8%, de acordo com o Instituto Guttmacher. Em 2020, ocorreram 930 mil interrupções de gestações nos EUA.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, criticou a mudança do entendimento da Suprema Corte e pediu para o Congresso intervir com a aprovação de uma nova legislação pró-aborto. A decisão da Justiça foi comemorada por grupos religiosas e críticos ao aborto.