Presidente do Legislativo concedeu entrevista exclusiva ao Arujá Repórter
O vereador Gabriel dos Santos (PSD) está perto de concluir o segundo ano como presidente da Câmara Municipal de Arujá. Neste período, apesar das dificuldades impostas pela pandemia do coronavírus, ele conseguiu implementar projetos importantes, como a modernização do Legislativo, adesão aos processos digitais ao invés dos físicos, criação do Diário Oficial próprio, cessão do prédio para exposição dos artistas locais e agilidade na votação dos projetos.
Até o Natal Encantado, implementado pela Prefeitura de Arujá neste ano, teve participação direta de Gabriel. Isso porque o Legislativo antecipou a devolução de recursos à gestão municipal para que o maior evento natalino da história da cidade pudesse ser concretizado.
Após comandar uma sessão por mais de quatro horas, na última segunda-feira (13), Gabriel conversou com o Arujá Repórter, falou sobre o seu legado à frente do Legislativo e comentou os avanços realizados no período.
Confira a entrevista:
Qual é o grande legado dessa gestão de dois anos como presidente?
Gabriel dos Santos – Hoje (Segunda-feira) chegamos à última sessão ordinária. Estou há dois anos na Presidência. Comecei em 2020, que foi um dos anos mais difíceis da história de Arujá, com duas denúncias-crime contra o Executivo (ex-prefeito José Luiz Monteiro). Tivemos que ter muito equilíbrio para tocar aquilo, um grande aprendizado para ter o olhar político-administrativo da situação. Esse ano foi diferente com o início da nova Legislatura e o legado que vemos é o amadurecimento de todos. Na Câmara vi avanços. Recebemos a pandemia, o que nos forçou a rever a forma de administrar e de preservar as vidas dos funcionários.
Como foi a implementação da informatização da Câmara?
Gabriel dos Santos – Nós tivemos que nos reinventar e optamos por fazer a informatização da Câmara. Se tiver necessidade podemos fazer a sessão remotamente. Conseguimos fazer com que as audiências públicas transmitidas pela internet contassem com participação muito mais significativa da população nos debates da cidade. Antes, tínhamos presença de até cinco pessoas para discutir o orçamento. Pela internet, o número cresceu consideravelmente.
O senhor defendeu a mudança do horário das sessões para o período noturno para facilitar a participação popular. A medida foi bem-sucedida?
Gabriel dos Santos – É preciso colocar claro que houve acordo dos 15 vereadores da Legislatura anterior. Quando passou para o horário da tarde, naquele momento, era melhor a se fazer. Quando cheguei à presidência trouxe essa proposta de trazer a sessão para a noite. Houve consenso e toda a Câmara entendeu isso. É importante a população poder participar dos debates.
Como está a implantação do projeto Câmara Sem Papel?
Gabriel dos Santos – Nós adiantamos muito. Fizemos a assinatura digital para todos os servidores e criamos o Diário Oficial próprio. As proposituras hoje são todas digitais. Até pouco tempo nós tínhamos vários documentos para assinar. Na sessão de votação do orçamento seriam 400 papéis para serem vistados e hoje não precisa, já que é sem papel. O nosso foco é a sustentabilidade.
Poderia falar sobre a renegociação do contrato das viaturas oficiais?
Gabriel dos Santos – Foi o quinto ano que a antiga empresa estava na Casa. Conseguimos um resultado satisfatório ao reduzir o valor global do contrato e obter carros melhores. Tínhamos carros 1.0 e agora são veículos 1.6 Sedan, com airbag, e toda a exigência da legislação de trânsito e com valor menor do que nos anos anteriores.
Quando o senhor assumiu a gestão tinha a obra do estacionamento da Casa, que não tinha sido entregue e estava na mira do Tribunal de Contas.
Gabriel dos Santos – Na verdade, quando eu assumi a obra já estava conclusa. Tinham algumas coisas para serem resolvidas e deveria ser entregue. Foi feito o projeto, investido dinheiro e a obra estava feita. Tinha que resolver as pendências para entregar o estacionamento para uso.
Neste ano é perceptível uma maior agilidade para a votação dos projetos do governo. Como tem sido isso?
Gabriel dos Santos – Tivemos uma conversa com os colegas. Estamos em um ano de pandemia e tivemos uma interlocução muito boa com o prefeito, o vice-prefeito e os secretários. Vieram muitas verbas do Governo Federal e do Governo Estadual, por emendas. Tínhamos que aprovar os projetos para que o dinheiro pudesse ser utilizado. Quem ganhou com isso foi a população. Fizemos uma gestão parceria, mas sem perder a identidade e independência da Câmara Municipal. Aprovamos o que tinha que ser aprovado. Muitas vezes houve uma conversa direta, uma interlocução com o Executivo, para corrigir alguns projetos. O resultado disso é o que vemos na cidade hoje. Uma cidade alegre e feliz por a população ver os seus políticos darem resultado.
Qual foi a contribuição da Câmara para a realização do Natal Encantado?
Gabriel dos Santos – Nós adiantamos uma parte do duodécimo para que se fizesse o Natal Encantado. Nós entendemos que, após dois anos sem a população poder dar um abraço e se confraternizar, queremos levar um pouco de alegria para as pessoas. Mostrar que é possível acreditar na história, aproveitar esse momento de reflexão e projetar boas coisas para o futuro.
Neste ano o Legislativo abriu as portas para exposições de vários artistas e recebeu inclusive o cônsul do Japão.
Gabriel dos Santos – Aquele evento foi um projeto meu e do Júlio do Kaikan, que fizemos o Dia da Imigração Japonesa. Foi a primeira vez que foi comemorado em Arujá e tivemos exposições. É bom dizer que todas essas exposições foram a custo zero para os cofres da Câmara Municipal. Tenho que agradecer os colaboradores que cederam as obras.
Como foi a gestão dos funcionários da Casa durante a pandemia?
Gabriel dos Santos – Infelizmente nós perdemos uma grande servidora, Abigail Bernardes, que nos deixou em decorrência do pós-covid. A preocupação da presidência é com a vida das pessoas que aqui trabalham, que pegam ônibus lotado para vir para cá. Tínhamos a preocupação de que a Câmara não fosse um foco da covid. Para isso tive de ter a coragem de tomar algumas medidas. Tivemos que fechar a Câmara e ter sessões remotas. Era o que eu queria? Não. Nunca quis isso, mas eu tinha que fazer visando preservar a vida das pessoas que trabalham. Temos muitos arrimos de família aqui dentro. Essas pessoas precisavam ser preservadas, cuidadas e exercer a sua função laboral com segurança. Sanitizamos a Casa, disponibilizamos álcool em gel e tapete sanitizante. Fizemos tudo o que era possível para o bem-estar desses servidores.
O senhor já tem uma carreira consolidada como servidor público e vereador. A presidência te mudou?
Gabriel dos Santos – Aprendi muito com a Presidência. É uma missão um tanto quanto difícil, porque você lida com outros 14 vereadores que compartilham o poder. E eu sou muito transparente. Para eles foi um choque de realidade. No fim, conseguimos nos entender. Sempre queremos o melhor para o colegiado. Contudo, não mudei absolutamente nada. Fiz pouco uso do veículo oficial e das mídias sociais. Continuo sendo a mesma pessoa. Tenho consciência que isso passa. Tem a vida após aqui. Estamos na Presidência, numa discussão para uma eventual continuidade, mas tem a vida após isso.
Sua maior alegria?
Gabriel dos Santos – Estar vivo, estar vivo. Perdemos muitos amigos, pessoas próximas, parentes ao longo da pandemia. Minha maior alegria é estar vivo, olhar nos olhos das pessoas e colocar meu nome à disposição mais uma vez.
Qual é a sua mensagem para os arujaenses no final deste ano?
Gabriel dos Santos – Que a nossa população de Arujá tenha um final de ano agradável. Que aqueles que perderam os seus entes queridos ao longo do ano, que o Senhor conforte os corações deles e tenham esperança de que dias melhores com certeza virão. Um ótimo 2022 a todos.
