Mulheres podem fazer tratamento gratuito na Maternidade Dalila Ferreira Barbosa; na rede privada, procedimento custa R$ 3 mil
“Há 20 anos fiz uma cirurgia para a redução de mama e fiquei com uma cicatriz. Apesar de não ser exposta, isso sempre me incomodou. Queria ficar bonita e me sentir bem”, afirmou a enfermeira Roberta Valentim, 49 anos, antes de passar por uma sessão do projeto Sem Cicatrizes, do ITDM (Instituto de Tecnologia e Desenvolvimento da Medicina), na Maternidade Municipal Dalila Ferreira Barbosa, no Jardim Renata, em Arujá.
Moradora do Jardim Real, Roberta disse que nunca teve condições financeiras de realizar o procedimento estético para camuflar as cicatrizes. Na Maternidade, ela iniciou o tratamento gratuitamente. Pela rede privada, o mesmo serviço custa R$ 3 mil.
A proposta do ITDM é valorizar, de forma integral, a saúde das mulheres. Inicialmente, o projeto Sem Cicatrizes, lançado no mês passado, tinha o objetivo de atender mulheres que tiveram partos na maternidade e ficaram com estrias ou cicatrizes.
Agora, o instituto amplia os serviços e aceita, nestes casos, mulheres que não tenham sido pacientes da maternidade. O projeto passa a contemplar mulheres que tiveram redução total ou parcial dos seios e querem fazer a reconstituição das auréolas, ou que ficaram com cicatrizes por procedimento para a redução das mamas ou ainda que possuem vitiligo em qualquer parte do corpo.
O ITDM é uma organização social que administra a Maternidade, o PA Central e o PAM Barreto. Não houve reajuste contratual para a inclusão do projeto Sem Cicatrizes, que é inédito em todo o Brasil.

Como funciona
Uma das vantagens do Sem Cicatrizes é a utilização de um aparelho de sedação com gases medicinais. Isso impede que as mulheres sintam qualquer dor durante o procedimento. A dermatoterapeuta Liliane Almeida, fundadora do projeto Sem Cicatrizes, destaca ainda a utilização de pigmentos orgânicos e veganos, que não causam danos à pele.
Além de não sentir dor, a mulher pode retomar as atividades normalmente após a sessão. “A sedação por óxido nitroso deixa a pessoa consciente”, comenta Liliane. Sem isso, a dor seria semelhante à colocação de uma tatuagem.
“Nossa proposta é resgatar a autoestima da mulher”, destacou a idealizadora do projeto. Ela ressaltou que mulheres de outros municípios também podem se inscrever. “Queremos provocar acessibilidade”, disse.
No caso do tratamento de vitiligo, a micropigmentação permite que a pele da pessoa na área afetada pela doença fique igual ao restante do corpo.
Como se inscrever no projeto
As mulheres que quiserem ingressar no Projeto Sem Cicatrizes devem se cadastrar pelo WhatsApp (11) 97434-8303, e enviar as seguintes informações: nome completo, telefone de contato, se tem alguma doença, se é alérgica e a qual substância, se está em tratamento de saúde, se faz uso de algum medicamento, se fez alguma cirurgia nos últimos seis meses e se desenvolveu queloide na cicatriz.
Após a triagem, as pacientes são chamadas para realizar os procedimentos as segundas ou quartas-feiras. Normalmente, o tempo de espera é de uma semana. O tratamento dura entre duas e quatro sessões, de 40 minutos cada.