Papa Francisco recebeu a informação “com grande tristeza”
Relatório divulgado hoje (5), a pedido de bispos da França, revelou que 216 mil crianças foram abusadas sexualmente por padres da Igreja Católica no país, entre 1950 e 2020. O número assustador foi apresentado ao papa Francisco, que lamentou a realidade.
O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, afirmou à imprensa que as vítimas estão no centro do coração do papa. “Seu pensamento dirige-se primeiramente para as vítimas, com grande tristeza, por suas feridas, e gratidão, por sua coragem em denunciar, e para a Igreja na França, para que, consciente desta terrível realidade, unida ao sofrimento do Senhor por seus filhos mais vulneráveis, possa empreender um caminho de redenção”, informou, segundo o Vatican News, o portal oficial de notícias do Vaticano.
O presidente da comissão que investigou os casos nos últimos dois anos e meio, Jean-Marc Sauvé, citou uma carta de uma vítima para dizer que o relatório é “desestabilizador e desencorajador”, porém concede esperança “de um novo início”.
De acordo com a investigação, entre 2,9 mil e 3,2 mil padres e religiosos participaram dos abusos nos últimos 70 anos. Foram estimados 216 mil abusos, mas a pesquisa reconhece uma margem de erro de 50 mil casos. Ao considerar abusos cometidos por leigos em locais católicos, como escolas, o número de vítimas sobe para 330 mil.
O relatório foi solicitado pelos bispos franceses, que farão uma assembleia em novembro para debater os resultados. A comissão sugeriu 45 propostas para impedir a ocorrência de novos casos, como fortalecimento dos mecanismos de controle interno e o melhor envolvimento dos leigos nas decisões da Igreja.