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Obrigado, Bento XVI

Papa Bento XVI no Brasil
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

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Meu testemunho de amadurecimento da fé graças ao papa

Fui batizado na Paróquia Santo Antônio, na Vila Augusta, em 22 de setembro de 1985, com cinco meses de vida. Minha primeira lembrança dentro de uma Igreja Católica foi na missa de Natal, na Matriz de Bom Jesus dos Perdões, aos quatro anos, levado pelo meu avô Antônio. Já a minha decisão pessoal de ser católico foi aos sete anos, após participar de um encontro de pré-catequese.

Cresci na igreja e minha formação e amadurecimento se deram pela fé. Mas tenho que expressar aqui meu luto pela morte do papa Bento XVI. Seus ensinamentos foram essenciais para a minha vida e a minha história.

Quando soube da eleição de Joseph Ratzinger no conclave para sucessão do papa João Paulo II, fiquei preocupado. Estava muito atento às notícias do suposto ultraconservadorismo do cardeal alemão. Mas tenho que dizer que, depois de alguns anos, aprendi que há muita ignorância na imprensa tradicional nos assuntos referentes à Igreja Católica.

Em 2005, aos 20 anos, tive a alegria de ser convidado pela Congregação das Irmãs Operárias da Santa Casa de Nazaré a participar da Jornada Mundial da Juventude, em Colônia, na Alemanha. Foi o primeiro grande evento de Bento XVI. Com ele, aprendi o que é ser peregrino. Inclusive, fiquei a 1,5 metro dele na escadaria do rio Sena.

Em 2007, no meu primeiro estágio em Jornalismo, participei da cobertura de sua visita ao Brasil. O vi algumas vezes cumprimentando os fiéis na janela do Mosteiro de São Bento, no Centro de São Paulo. Também acompanhei a missa com um milhão de fiéis no Campo de Marte para a canonização de São Frei Galvão. E estive no Encontro com os Jovens, no Estádio do Pacaembu. O que ele me transmitiu foi a alegria do seguimento de Jesus.

Dois anos depois fui convidado para participar da missa de canonização de Santo Arcângelo Tadini, na Praça de São Pedro, no Vaticano. Lá, Bento XVI falou sobre a santidade como o caminho de todo o cristão.

Mas minha principal lembrança do papa foi na Jornada Mundial da Juventude de Madri, na Espanha, em 2011. Durante a vigília, que contou com cerca de 2 milhões de jovens, houve uma tempestade que destruiu estruturas do evento. A oração parou durante a chuva. Os peregrinos se juntaram em grupos para se proteger. E Bento XVI não foi embora. Ficou ali tomando chuva conosco. Ser cristão é estar junto em qualquer situação.

Em 2013, não tive a oportunidade de ver Bento XVI na Jornada do Rio de Janeiro porque ele renunciou alguns meses antes. Nesse episódio, o papa chamado de “arrogante” por muitos demonstrou total humildade ao abrir mão da liderança de 1 bilhão de católicos em respeito à sua situação de saúde e consciência da necessidade de reformas na estrutura do Vaticano.

Bento XVI me ensinou ainda tantas outras coisas. A importância do estudo das escrituras, o olhar mais humano para o não seguimento de algumas questões doutrinárias pela lógica do mal menor e a arte de esperar o encontro definitivo com o Pai.

Obrigado Bento XVI. Sua história e trajetória me fizeram um homem melhor.

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